vendredi 6 février 2009

my love life.

primeiro eram enormes e pesados carrosséis de cavalos-sem-cabeça, sangrando xarope artificial de morango pela ferida no pescoço.
depois, palmeiras e diamantes, infinitas xícaras vazias espreguiçavam-se ao sol sobre a mesa, o lençol era azul e corvos empoleiravam-se à janela.
em seguida, o sol saiu; sempre sol, mesmo quando chovia. centenas de pardais, andorinhas, colibris, pintassilgos, rouxinóis, tudo o que há de alado no mundo planando longe, sem nem mesmo bater as asas, sem temer qualquer gaiola.
e então -- nuvens e pequenas conchas, arco-íris de asfalto, aviões traçando linhas no céu, o mundo todo enfeitado, o mundo todo um castelo, pomares, dilúvios, estranhas plissagens.

agora, só nuvens. todas em formatos, não de nuvens, mas de sopros cheios de significado; as estrelas, presas ao céu por longas linhas de nylon, balançam e escondem-se. o mar espuma, mas não chega até aqui, eu diria que nunca vi o mar.

Aucun commentaire: