jeudi 8 janvier 2009

les plumes du sommeil.

jamais dormirei novamente, tenho certeza, como bem se vê. hoje ainda parece ontem, é o maior hoje de todo o mundo, porque passei a madrugada toda ouvindo mil músicas e tentando muito me afeiçoar ao hobsbawm, mas -- não que ele seja ruim, claro. e além de tudo usa os óculos mais legais do mundo. mas, sabe? quilos de páginas sobre a polônia invadida, sobre francisco ferdinando, sobre as alianças, sobre os números de vítimas, os motivos, les photographies, les explications, faute d'autre chose.

sem contar que não faço a mínima idéia de quem sejam os otomanos. houve uma aula sobre eles há muito anos, mas tudo o que consta na minha limitadíssima enciclopédia mental sobre eles é: "otomanos who?". e nem ao menos me magoa o fato de não saber quem são os otomanos. na verdade, me recuso a aprender sobre eles, prefiro inventar que foram um povo completamente impossível, cheios de raposas, botas enormes, barbas, adagas, castelos, ruínas, pinheiros, azuis, verdes, e que viviam em tocas como coelhos.

além disso, hoje vou revisitar meu passado. todos sentados em uma mesa sorrindo e uau, como você mudou desde o colégio, uau, o que tem feito? mas eu não tenho feito nada, quer dizer; descobri um monte de bandas legais da escandinávia, essa semana; e fui à auto-escola fazer minha matrícula só porque preciso ir buscar pessoas queridas no aeroporto, no terceiro mês; e passei uma dessas madrugadas assistindo um pequeno filme sobre o amor do kieslowski, e, oh, por falar nisso, não durmo mais.

enquanto isso, eles me dirão de seus amantes e empregos, todas essas efemeridades. quem sabe eu possa fazer a anna karina e dizer que não me apaixono mais, porque é um péssimo hábito (e, de fato: mas o motivo não é esse), e todos sabemos que eles vão revirar os olhos e suspirar e oh, sua mentirosinha. e quanto a empregos... i don't want work to change my behavior; i don't want work, no, i'm not made for labor. eu arranjar um emprego agora é tão fora de questão quanto, digamos, engolir um alce. vivo e inteiro.

e ah, não é má-vontade, mas tanto menos quero ouví-los falando sobre como estão todos bem e felizes e settled e amando, e sobre como sabem exatamente o que esperam do futuro, e sobre como encontraram, em definitivo, suas metades perfeitamente opostas e simétricas e tal e coisa. porque serei obrigada a desprezar. só ficarei feliz se alguma das garotas anunciar que está grávida. do espírito santo ou de luiz carlos prestes. aí sim.

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