samedi 24 janvier 2009

todos nós acenamos nossos permanentes adeuses hoje. mas só o que consigo pensar é em como seria ser engolida por uma gigantesca baleia. ela teria, é claro de me engolir sem qualquer mastigação, para que eu descobrisse, de uma vez só, as estrelas úmidas de seu céu da boca e em seguida a amplidão de sua caixa torácica. nas vermelhas paredes, os nomes de todos os que passaram por ali antes de mim; e então a mobília, já roída pelo sal, uma vasta biblioteca, um gramofone. algas pendendo do teto, oscilando conforme a baleia respira, e aquela clarabóia por onde o sol entra, incapaz de formar sombras.

what i should do with my life?
how should i spend my time?

e eu escreveria um livro enorme sobre a rotina dentro da baleia, em azul e vermelho. eu escreveria sobre como toda a gente se engana, pensando que uma baleia tem apenas um cômodo, mas na verdade são vários quartos, sobre como é possível dançar o dia todo, fazendo a baleia dançar junto, sobre como não é nem um pouco solitário, nada silencioso, e sobre como é preciso se agarrar às algas, quando a água entra, e prender bem a respiração ou se morre afogado, e sobre como a alimentação ali torna-se apenas algas e pequenos peixes crus, como no japão.

provavelmente ninguém acreditaria em mim, mas, céus, eu seria um urso feliz.

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